terça-feira, 27 de novembro de 2012

Entrevista: Gustavo Bertholdo


O cirurgião-dentista Gustavo Bertholdo é especialista em Dentística e Implantodontia, além de mestre em Prótese pela UNINGÁ. Atualmente é professor de Prótese da UNIVAG - MT e atende em consultório particular em Cuiabá - MT. Ainda, ministra palestras no Brasil e na América Latina, focando a odontologia estética.



1-Qual a grande tendência em odontologia estética para você?

Para não virar clichê, minha resposta será diferente do que normalmente é, portanto eu creio que a grande tendência na Odontologia em geral e também na Odontologia Estética, seja a união do
conhecimento cientifico com grandes habilidades clínicas, integrando todas a especialidade para a resolução dos casos clínicos, pois ninguém trabalha sozinho mais. Aquela máxima que falava, “sou bom na prática, e na teoria mais ou menos” não existe mais, digo isso porque infelizmente ainda vejo nossos alunos de graduação falarem assim diariamente, e lamentavelmente, quem só sabe fazer em prática sem conhecimento cientifico, está fora do mercado de trabalho.

2-O que vc acha do DSD para resolução de casos de estética em dentes 
anteriores? Ele é sempre necessário?

Primeiramente eu gostaria de fazer uma consideração sobre a técnica desenvolvida pelo Professor Christian Coachman, o DSD, eu acredito que o Christian teve uma grande sacada quando desenvolveu essa técnica, o DSD é um conceito brilhante, que veio pra marcar a historia da Odontologia Estética. Com a utilização do DSD, nossos resultados são mais precisos, pois conseguimos metrificar exatamente e pontualmente o que, onde e quanto tirar ou acrescentar, tanto em gengiva, quanto em dente. Respondendo a segunda pergunta, “ele é necessário?” eu creio que sim, para os profissionais que querem ter resultados mais precisos, com certeza o DSD vai ajudar a resolver algumas duvidas em relação ao desenvolvimento de quase todos os os casos clínicos.

3-Quais as indicações para restaurações cerâmicas em dentes anteriores?

As cerâmicas Odontológicas tem se mostrado um material extremamente versátil, hoje em dia podemos indicar as restaurações cerâmicas para muitos tipos de casos, desde dentes unitários escurecidos, até sorrisos que apresentam diversos tipos de substrato, como raízes escurecidas, e prótese sobre implante, lembrando que devemos respeitar a quantidade suficiente de espessura para que o nosso ceramista possa trabalhar.

4-Qual o tipo de material cerâmico você gosta de utilizar para procedimentos restauradores de laminados e microlaminados?

Gosto tanto das cerâmicas feldspáticas como o dissilicato de lítio, muito embora me sinto mais seguro para fazer a cimentação de laminados em dissilicato, pela resistência intrínseca do material antes da cimentação.

5-Você acredita em reparo para restaurações cerâmicas?

Depois que li a tese de Doutorado de um Amigo chamado Daniel Malta de Florianópolis, eu acredito sim, em seu trabalho foi demonstrado alguns protocolos para fazer esse reparo, esse trabalho ficou belíssimo! mas acredito nesses reparos apenas para pequenas lascas que podem ocorrer, para casos mais extensos prefiro substituir a peça. 


 6-Suas fotografias, especialmente as de finalização do tratamento são excepcionais. O que você acha da fotografia digital na odontologia e que equipamento você indicaria para o clinico geral adquirir?

Eu acho que a fotografia veio pra ficar, creio que a fotografia deveria ser ensinada na graduação, e que um conjunto semi-profissional deveria estar incluso na lista de materiais de qualquer faculdade de graduação já no primeiro ano. O hábito de fotografar é fundamental para melhorarmos nosso trabalho do dia a dia. Não sou professor de fotografia, mas eu poderia indicar um conjunto básico, que os grandes nomes da fotografia mundial como o Ivan Yoshio, Dudu Medeiros e Mauricio Peña indicam em seus cursos, que seria, corpo fotográfico semi profissional (marca Canon ou Nikon), lente macro 100 mm, e um flash circular ou twin flash, com o tempo novos acessórios vão sendo adquiridos de acordo com a necessidade e paixão de cada um, digo paixão porque a fotografia é extremamente apaixonante!

7-O que você acha sobre a técnica dos fragmentos cerâmicos? Existe durabilidade mecânica e estética para essas restaurações?

Eu acredito fortemente nos fragmentos cerâmicos, muito embora não existam muitas pesquisas cientificas que acompanham essa modalidade, mas sei também que existem profissionais que a fazem a muito tempo. Creio que devemos ter um bom controle pós cimentação com polimentos frequentes na interface dente-restauração, lembrando que esse polimento pode ser feito com pontas de borracha para porcelana, com o sentido da rotação dessas pontas deverá ser do laminado para o dente, também devemos esperar o que os estudos longitudinais dirão daqui alguns anos.

8-Tem algum professor ou profissional em que você se espelha?

Existem vários grandes professores e profissionais em que eu me espelho, dentre eles: Meu pai Elson Bertholdo, Baratieri, Kina, Hirata, Scopin, Higashi, Calixto, Kabbach, Clavijo, Barrote Albino, Eustaquio, Valadão, Vernazza, Peña, Souza Junior, Irmãos Magne, Claudio Pinho, Garófalo, Rodrigo Amaral, Mauro Boer, Douglas Cortez, Renato Interliche, Carlos Caceres, Santiago Cofre, Tiago Spezia, Fabio Fujiy, Guilherme Noriaki,  Newton Cardoso, Newton Fahl, O grupo Implanteperio representado por Joly, Robert e Paulo Fernando, Rogério Marcondes, Fabiano Marson, Fabiano Araujo, Cleverson Silva, os Marcelos do Atelie Oral. Em relação aos ceramistas: Paulo Battistella, Francisco Mello, Giovani Gambogi, Romanini, Marcos Celestrino, Patrick Schnider, Rodrigo Monsano, Olivier Tric, Murilo Calgaro, Léo Bocabella, Cristiano Soares. Certamente me esqueci de citar muitos outros profissionais que são uma grande referência pra mim e para muitos, mas espero que todos que realmente amam a Odontologia se sintam representados nessas pessoas supracitadas.

Entrevista realizada por Eduardo Souza Junior