terça-feira, 15 de maio de 2012

Entrevista: Victor Clavijo


Victor Clavijo concluiu sua graduação em Odontologia pela Universidade Paulista em 2002, em seguida iniciou sua especialização em Dentística  Restauradora sendo finalizada em 2004 que deu-se continuidade sua trajetória acadêmica realizando Mestrado e Doutorado em Dentistica pela Universidade Estadual Paulista UNESP Araraquara concluído em 2011. Nesse tempo de pós graduação também realizou especialização em Implantes para dar suporte a sua formação na área restauradora. Atualmente divide sua atividade entre consultório particular em Indaiatuba, Rio de Janeito com Dr. Mário Groisman e com o grupo Implante Perio em São Paulo além de semestralmente realizar parte do Grupo Conexão Brasil - Bélgica junto ao renomado Dr. Eric Van Dooren.
Victor ministra cursos no Brasil e alguns países da America Latina, faz parte do grupo de professores do Instituto Implante Perio em São Paulo e possui um curso de módulos denominado Visão Restauradora junto ao Dr. William Kabback, formando o grupo Estética Restauradora.
Já publicou mais 40 artigos nas principais revistas nacionais e internacionais, todos com ênfase em técnicas para o dia-dia da clínica restauradora.

1-     Para você, qual a grande tendência de odontologia estética hoje?
Acredito que a tendência da odontologia estética seja voltar a ideia de clínica geral ou clínica integrada, ou seja, ser uma odontologia interdisciplinar, quebrando paradigmas onde estética seja somente porcelanas, pinos, resinas, e  sim enxergar em um contexto geral e não somente dentes. Tratar o paciente como um todo desde os músculos da face até os dentes. Portanto passo o seguinte recado aos nossos colegas: antes de pensarem em alguma especialização em estética, façam cursos de diversas disciplinas... ampliem seu conhecimento e somente depois entre afundo em uma área específica.

2-     Como que você vê a interdisciplinaridade na odontologia estética? Ela é imprescindível?
Com certeza hoje a odontologia estética, como disse acima, é uma clínica geral moderna, onde o clínico tem que estar atento a todas as possiblidades de tratamento da ortodontia a reabilitação oral, uma vez que acessibilidade as técnicas bem como os materiais são mais fáceis.  Hoje, portanto, podemos melhorar a qualidade do nosso tratamento ao paciente, deixando-o cada vez mais minimamente invasivo através da união das disciplinas. Sugiro como exemplo meu artigo publicado na Revista QDT 2012, onde foi realizado um tratamento com ortodontia, periodontia, implantodontia, prótese sobre implante e dentísitica restauradora, realizando-se uma reabilitação estética do sorriso sem nenhum desgaste da estrutura dental remanescente.

3-     Você é um profissional que preza muito pela beleza da documentação dos seus casos. Em que patamar a fotografia deve estar em um planejamento estético?

Gosto de fotografia, pois é com ela que aprendo todos os dias, onde observo meus erros e acertos. O congelamento da imagem para o planejamento é imprescindível uma vez que você pode observar detalhes com mais tempo e de diferentes ângulos. Sei que é difícil mudar paradigmas antigos e incluir a documentação fotográfica inicial na primeira consulta, porém quem aprende a planejar com fotografias juntamente com modelos, realiza um tratamento mais organizado, detalhado e com certeza muito mais previsível. Ou seja, a fotografia no planejamento estético deve estar em primeiro plano aliado se possível a analise D.S.D, idealizado pelo nosso amigo Christian Coachman e Marcelo Calamita, que também possuem um excelente artigo na Revista QDT 2012.

4-     Qual o melhor protocolo de cimentação para a cimentação de restaurações cerâmicas em zircônia? Existe um protocolo ideal?

    A literatura busca evidências e condicionamentos dia a dia, porém através de comunicação pessoal com Professor Sillas da USC- EUA, utilizo um condicionamento da estrutura com ultrassom por 5 minutos para limpeza de resíduos internos, seguido de aplicação de metal/zircônia primer zircônia, uma fina camada de adesivo com fotopolimerização por 20 segundo e a utilização do cimento resinoso U-100 3M ESPE. Existem vários protocolos porém utilizo o descrito acima.

5-     Qual a durabilidade de um tratamento com fragmentos cerâmicos? Esse tratamento restaurador tem longevidade clínica considerável?

     Fragmentos cerâmicos?! Cada vez mais no ``modismo odontológico``! O conhecimento sobre esta técnica obtive através de excelentes professores e com certeza um dos primeiros a realizarem esta técnica há uns 14 anos atrás, os Drs. Marcelo Kyrillos e Marcelo Moreira. A longevidade desses fragmentos que posso salientar foi através de casos acompanhados juntamente a eles, onde foi observado longevidade clínica de 10 anos, porém com alguns casos com manchamento da linha de união bem como a diferença de cor do dente natural com o fragmento cerâmico. Com certeza é uma realidade clínica, porém com suas indicações, o quê observo hoje são muitas pessoas divulgando a técnica sem ter experiência nem uma sequência de casos, influenciando assim outros clínicos a realizarem, porém esquecendo que confeccionar e colar é bem mais simples do que um dia ter remover! Para criar e colar o fragmento cerâmico é minimamente invasivo, mas para remove-los acredito que não seja.

6-     Para restaurações de classe IV: Fazer ou não o bisel?

    Hoje acompanhando casos com longevidade de 2 a 8 anos com resina compostas juntamente com meu parceiro William Kabbach, observamos que em restaurações que realizamos bisel obtivemos em grande porcentagem margens mais estáveis do que restaurações onde não os realizamos, portanto acredito que um mínimo bisel deve ser realizado para ter uma restauração com maior longevidade e consequentemente melhor comportamento estético.

7-     Para você, qual o tratamento restaurador estético mais difícil de se realizar?
      
      Na minha opinião, o tratamento estético mais difícil de se realizar é o planejamento estético e a sequência de tratamento, pois uma vez que estes são bem realizados a parte prática se torna mais previsível. Quanto a técnica, acredito que realizar excelentes restaurações em resina composta totalmente imperceptíveis a visão natural seria o mais difícil, uma vez que fotografia para cursos, revistas ainda mais com luzes rebatidas mascaram a realidade do dia a dia de muitos formadores de opinião, consequentemente iludindo os clínicos.

8-     Você tem algum dentista ou protético em que você se espelha?  

     Difícil pergunta! Dentistas me espelho em muitos... Desde aos que mudaram os paradigmas a alguns anos atrás, como o prof. Baratieri,  Kina, Hirata, Scopin, Paulo Kano a parceiros de hoje Joly, Paulo Fernando, Robert, Eric Van Dooren, Marcelo Calamita, Cristian Coachman, Marcelo Moreira , Marcelo Kyrillos, Mario Groisman, William Kabbach e  Fabio Fujiy entre outros. Quanto a técnicos com certeza meus parceiros Rodrigo Monsano, Leonardo Bocabella, Murilo Calgaro, Luis alves Ferreira e Marcos Celestrino.

       Entrevista realizada por Eduardo Souza Junior

Um comentário:

  1. Excelente entrevista de um formador de opinião consciente de sua responsabilidade ética na transmissão de informações. Parabéns!!!

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