A odontologia estética tem sido cada vez mais requisitada pelos
profissinais e pacientes, especialmente no que se refere às restaurações
cerâmicas minimamente invasivas. Nesse contexto, o Dr. Rafael Calixto tem se
destacado, com enorme competência, ministrando cursos nacionais e
internacionais sobre o tema. Além de ser um clínico de excelência, ainda se
destaca na área acadêmica, com a publicação de artigos clínicos e científicos,
com enfoque odontologia estética.
Dr. Rafael
Calixto
-
Especialista, Mestre e Doutorando em Dentística Estética - UNESP Araraquara-SP;
- Professor
dos Cursos de Especialização e Aperfeiçoamento em Dentística da AORP Ribeirão
Preto/SP, UNESP Araraquara/SP e ABCD Campo Grande/MS
-
Coordenador dos Cursos de Aperfeiçoamento em Estética Integrada do ANEO -
Ribeirão Preto/SP, Arte e Estética com Resinas - APCD São Carlos/SP e
Especialização em Dentística - ABO-Alagoas
- Professor
Convidado do Curso de Especialização em Dentística da ABO-Rio Grande do Norte
-
Ministrador de Cursos em Congressos no Brasil e Améria-Latina
- Clínica
Particular em Ribeirão Preto / SP
- contatos: lrcalixto@hotmail.com / rcodontologiaestetica@hotmail.com / www.rafaelcalixto.com / (16) 3235-3245
1- Para você, qual a grande tendência de
odontologia estética hoje?
A Odontologia Estética tem evoluído muito nos últimos anos com o
aperfeiçoamento de materiais e técnicas para o restabelecimento do sorriso.
Esse crescimento vem acompanhando a exigência cada vez maior dos pacientes em
relação ao resultado estético do seu tratamento, devido aos meios de
comunicação como TV e internet, os quais oferecem "sorrisos perfeitos.” Com
isso, acredito que a grande tendência da odontologia estética não é o
surgimento e/ou desenvolvimento de novos materiais restauradores – diretos ou
indiretos – mas sim o aprimoramento das técnicas e um planejamento
personalizado para cada paciente, como exemplo o DSD (Digital Smile Design), no
qual é possível fazer um planejamento virtual do tratamento, de acordo com suas
características individuais, e reproduzí-lo posteriormente em boca.
2- Em relação à odontologia minimamente
invasiva para restaurações cerâmicas, tem-se falado muito nos microlaminados
cerâmicos (“lentes de contato”) e fragmentos cerâmicos. Gostaria que você
comentasse sobre indicações, vantagens e desvantagens em relação às
restaurações convencionais com cerâmica.
Os preparos para restaurações indiretas estão cada vez mais
conservadores, seguindo uma nova filosofia de máxima conservação da estrutura
dental, através de uma técnica de preparos orientados por um guia de silicone,
confeccionado a partir de um enceramento diagnóstico. Esse mínimo desgaste se
deve a possibilidade de confeccionar facetas cerâmicas extremamente finas,
chegando até a 0,2-0,3 mm de espessura, que são conhecidas como lentes de contato.
São trabalhos indicados para correção de forma dental, pequenos realinhamentos
ou fechamento de diastemas. Quando as cerâmicas são confeccionadas apenas para uma
parte proximal ou incisal do dente, são chamadas de fragmentos cerâmicos.
Apesar da vantagem de conservar a estrutura dental, essas peças são muito
delicadas antes da cimentação, a qual deve ser feita com muito cuidado, e
obrigatoriamente de forma adesiva.
3- Qual a parcela que o ceramista tem no
sucesso desse tipo de restauração?
As lentes de contato são extremamente difíceis de serem confeccionadas em
laboratório, e exige um equipamento e técnica adequados. Um bom ceramista é
essencial para um sucesso nesse tipo de procedimento. Aliás, em qualquer
procedimento indireto, o correto planejamento e a comunicação clínico-laboratorial
está diretamente relacionada ao sucesso do tratamento.
4- Qual o melhor protocolo de cimentação
para as “lentes de contato” e fragmentos cerâmicos? Existe algum que consiga de
maneira efetiva controlar os efeitos de friabilidade da cerâmica e garantindo
uma longevidade clínica satisfatória?
O Protocolo para lentes de contato e fragmentos é os mesmo utilizado em
facetas laminadas. Deve-se fazer um tratamento da peça com ácido fluorídrico,
silano e adesivo, e o tratamento convencional para o dente (ácido + sistema
adesivo). Utilizam-se cimentos exclusivamente fotopolimerizáveis na cor
transparente. A diferença está nos cuidados com a peça antes de cimentar,
evitando-se pressões muito fortes no momento da inserção, manipular as peças
com “sticks”, e para os casos de fragmentos, fazer um acabamento com borrachas de
cerâmica para mascarar a linha de cimentação.
5- No caso dos fragmentos cerâmicos,
este pode ser indicado para pacientes com disfunções oclusais e da ATM?
Sim, é possível
realizar. Porém, assim como qualquer outro tratamento restaurador, deve-se
tratar as causas e controlar consequências desse distúrbio (como a utilização
de placas noturnas).
6- Para você, qual o futuro das restaurações
cerâmicas?
Como já citado anteriormente, acredito que o futuro das
restaurações cerâmicas não está no desenvolvimento de novas formulações,
composições ou outras cores. A evolução que já esta acontecendo hoje está no
planejamento individual, na evolução das técnicas, nos preparos de invasão
mínima, em ceramistas cada vez mais habilidosos realizando trabalhos de
biomimetismo da estrutura dental, trabalhos extremamente naturais, que
praticamente “somem” do sorriso do paciente. O Brasil tem os melhores
ceramistas do mundo! E isso, associado a um profissional competente,
atualizado, só gera benefícios aos nossos pacientes!!!
Entrevista realizada por Eduardo Souza Junior
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