sexta-feira, 6 de abril de 2012

Entrevista: Ronaldo Hirata




Graduado em 1994 pela UFPR.
Especialista em dent. rest. UFPR em 1996
Mestre em materiais dentários  PUC-RS em 2002
Doutor em dentística restauradora pela UERJ em 2008
Clínica privada desde 1995
Ministrante de cursos desde 1996
Professor de graduação de 1996 a 2006
Cursos ministrados no Brasil, America Latina, EUA, Europa
Editor chefe da revista DICAS
Autor do livro TIPS




1-      Qual a grande tendência de odontologia estética hoje?

Acredito que a tendência da odontologia estética seja procedimentos cada vez mais conservadores, onde o esmalte dentário é o foco principal. A valorização do selamento e adesão realizada neste esmalte é o que mais chama atenção.
O segundo ponto que me parece bastante forte é a influência do dissilicato de lítio nas indicações de cerâmicas bastante conservadoras e com resistência adequada. A versatilidade atual do uso da cerâmica a base de dissilicato é formidável.
A terceira acredito que tenha relação com os sistemas adesivos, com clara tendência aos autocondicionantes, queria você ou não.
A quarta talvez seja direcionado a resinas compostas: técnicas simplificadas de estratificação, com menos cores e variações serão a rotina, sem a grande viagem blasé que passamos em outras fases.

2-      Quando você está na frente do público, ministrando uma palestra, sempre espera-se uma ótima aula. Você se inspirou ou se inspira em alguém?

Espelhar é difícil e negativo porque cada um deve encontrar um estilo e forma de apresentação e comunicação, mas exemplos temos vários. Dois deles que gosto muito de assistir são o prof. Baratieri e o prof. Kina. Sempre é motivador e agradável sair de um curso deles, a sensação sempre é positiva, e este é o sentido de se assistir alguém: sair motivado para mudanças.

3-      Em relação às resinas compostas, qual a evolução mais marcante na sua opinião desses materiais?

Vou ser sincero, ela é bem parecida hoje com o que era a 20 anos atrás. Olhe o Herculite (Kerr), você acha realmente que as resinas são muito diferentes desta resina de vinte e poucos anos atrás?

4-      Como você desenvolveu sua habilidade de esculpir tão bem com resinas compostas?

Tive sempre dificuldade com dentes posteriores e adquiri uma obsessão por escultura, até um dia que tive um click vendo uma imagem de um dente, e minha técnica mudou sensivelmente. Busquei sempre cursos para protéticos, entre eles os de enceramento, e sempre observei muito técnicas e dentes. Acima de tudo indico sempre buscar uma fonte inspiradora como o prof. Paulo Kano, o mestre.

5-      Há um kit ideal de resina? Quais cores você indicaria para um kit básico de resina composta?

Escolha uma marca de resina microhíbrida, nanohíbrida ou nanoparticulada (Não importa) e compre:
A3, A2 e A1 dentina
A3, A2, A1 e dentes clareados esmalte
Uma resina de efeito incisal transparente (incisal ou transparente)
Uma resina translúcida levemente esbranquiçada como por exemplo PF (Vitalescence), trans 20 (Ivoclar vivadent), WE (Z-350 XT).

6-      Tem-se ouvido falar muito da técnica semi-direta de restaurações em compósito. Há limite entre a utilização de onlay de resina indireta e cerâmica?

Vejo um tendência de pequenos onlays e inlays serem direcionados para resinas compostas devido a margem oclusal que ser deteriora muito com sistemas cerâmicos, incluso dissilicato de lítio. Para grandes overlays com certeza indicaria cerâmicas.

7-      Vejo nos seus cursos que você planeja a escultura da resina na restauração visando uma boa distribuição de contatos oclusais, evitando assim ajustes oclusais demasiados. Qual a importância desses conceitos de oclusão na prática diária?

Esta é uma função da escultura: direcionar contatos e ajuste oclusal, não para ser bonito. Os ajustes corretos estabilizam posicionamento dental, equilibrando o sistema e evita a ocorrência de contatos prematuros ou interferências oclusais.

8-      Para você, ainda há indicação de utilização de resinas flow em restaurações em resina composta?

Uso muito em situações onde clinicamente a resina composta restauradora tem dificuldade de adaptação clínica (veja, estou falando de adaptação clínica e não contração). Acho admirável tantas pessoas falarem e se preocuparem tanto em contração volumétrica de 3,5% ou 4% e deixando buracos e falhas de adaptação na cavidade como tem acontecido. Temos que aprender a adaptar a resina na cavidade, manipular corretamente. Parece óbvio mas não é.

9-      O que você espera o futuro das restaurações de resina composta?



Uma resina que seja passível de ser utilizada com maior conversão de polimerização, mantendo mais polimento e com 6 cores somente.

Entrevista realizada por Eduardo Souza Junior

Um comentário:

  1. Excelente!Compartilho do mesmo sonho quanto às resinas composta!
    Abraços

    ResponderExcluir